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date: 2015-02-25T00:00:00-05:00
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title: "Fazendo a Diferença"
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tags: [pt_br, portugues, rant, thoughts, philosophy, free-software]
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Deu saudade de escrever em português :-). E deu saudade, também, de
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fazer algum post mais “filosófico”.
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Não sei dizer o porquê, mas às vezes tenho uma mania besta: gosto de
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ficar procurando “sarna pra me coçar”. Em outras palavras, eu fico
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procurando coisas que me deixam mal, mesmo sabendo que vou ficar mal
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depois de vê-las.
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Não tenho explicação pra esse comportamento. É algo meio sabotador, meio
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sofredor, meio... Não sei. Às vezes, quando me vejo novamente nesse
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ciclo vicioso, consigo parar. No entanto, na maioria das vezes, eu entro
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num estado estranho: é como se eu estivesse me observando, estudando
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quais consequências aquele ato traz para mim. Fico me perguntando se sou
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a única pessoa desse mundo que faz isso...
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Acho que um exemplo bom desse tipo de comportamento é o que tenho feito
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ultimamente. Às vezes, por algum motivo que me é estranho, leio coisas
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ruins escritas por pessoas extremamente insensatas. E, talvez pelo mesmo
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motivo misterioso, eu fico mal com o que leio, mesmo sabendo que,
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colocando na balança o que essas pessoas fazem e o que eu faço, a
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diferença é gigantesca. Então por que raios eu fico mal quando leio as
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besteiras que são praticamente vomitadas por essas pessoas?
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Talvez algumas pessoas (eu incluso) tenham um radar pra sentimentos
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fortes. Por exemplo, um gesto de altruísmo é algo que consegue tocar o
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fundo da alma, e merece ser apreciado como um vinho raro. Mas, em
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contrapartida, uma expressão de raiva, desprezo ou incompreensão também
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capta a atenção de uma forma quase inevitável. O mistério que esse
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gesto, muitas vezes incoerente, esconde é algo que me deixa quase
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aficcionado, como se eu estivesse lendo um livro e não quisesse parar
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antes de chegar no final. Por que uma pessoa se coloca num papel por
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vezes ridículo, apenas por conta de uma opinião? Por que essa pessoa, na
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ânsia de criticar um comportamento, um pensamento, ou uma ideologia,
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muitas vezes exibe **exatamente** as mesmas características que repudia?
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O que faz um ser humano, cheio de falhas e limitações, subir num (muitas
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vezes falso) pedestal e esquecer que já esteve lá embaixo?
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Felizmente, as questões acima, por mais intrigantes que sejam, não têm
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me prendido por muito tempo. Acho que, nesse processo de aprendizagem a
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que chamamos de “vida”, estou num ponto em que percebo claramente o caos
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que reina na cabeça dessas pessoas, e tento me afastar dele. Mas, mais
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importante que isso, acho que me dou conta de você pode escolher ser a
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mudança que quer ver no mundo (Gandhi), ou ficar ladrando enquanto a
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caravana passa... E eu definitivamente não quero perder meu tempo
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comparando códigos pra dizer quem é melhor.
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